Posted by Revista Presença Lusitana | quinta-feira, 30 de setembro de 2010 | Category:
Editorial
|
O destino não dispõe, propõe-dizia Dom José Saramago. E foi mesmo assim. O destino colocou-me à frente de um navio há dois anos. Essa foi a proposta do destino. A disposição de sulcar as águas convosco foi minha, nossa. Dita embarcação ainda continua a navegar pelos oceanos à procura...de quê? De aventuras, com certeza! É através delas que a gente se conhece melhor, partilha compromissos, sonhos, objectivos, cria lembranças, faz erros, cai, se levanta. E é por causa destas façanhas que no final do caminho a gente volta para casa com o coração cheio de orgulho, satisfação e alegria, com vontade de começar uma outra andança. E é que, mais uma vez, como gostava de proferir o nosso Nobel de literatura: nunca deveríamos ter certeza do que somos pois no seguinte momento poderíamos estar a ser algo bem diferente. E não é assim? É claro! Estes, os meus tripulantes da nau da lusofonia, já foram estudantes, já foram actores, já foram cantantes e agora escritores, escritores na língua de Camões não esqueçamos isso uma vez que foi por causa dela que nasceu esta cumplicidade, em conclusão uma amizade baseada na confiança. A mesma que teve D. Manuel I Rei de Portugal e dos Algarves, d´Aquém e d´Além-Mar na África, e Senhor da Guiné e da Conquista, Navegação e Comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e Índia em Vasco da Gama e sem a qual este último não poderia ter chegado ao país indiano em 20 de Maio de 1498. E foi graças a ela que acreditou que conseguiria a ousadia de atravessar os mares. Há que acreditar. Tudo vale a pena se a alma não é pequena (Fernando Pessoa). O futuro constrói-se a cada dia de vitória. E não há vitória sem esforço.
Quando o nosso navegante voltou para Portugal, o Venturoso (D. Manuel I) só soube agradecer por ter levado o nome da nação até terras tão longínquas. Hoje, eu, que não sou nada mas que tenho em mim todos os sonhos do mundo (Álvaro de Campos), agradeço-vos pela confiança para me permitirem guiá-los nesta nova peripécia. Fico com a esperança de que todos vocês, escritores e leitores, possam usufruir dela e sintam dentro dos vossos espíritos a Presença Lusitana.
Professor Alejandro Sánchez Celis
CLE FES-Aragón UNAM
Devo dizer que foi um grande prazer escrever este texto. Não foi fácil mas uma vez que comecei a pensar em duas das coisas mais maravilhosas que já aconteceram na minha vida o texto simplesmente surgiu. Ditas coisas são, obviamente, Portugal e vocês, queridos alunos.
Para esta editorial, dei-me uma licença literária. No segundo parágrafo aparece a seguinte frase:
"...agradeço-vos pela confiança para me permitirem guiá-los..."
Esta frase dita por um português devia ser:
"...agradeço-vos pela confiança para me permitirem guiar-vos..."
e por um brasileiro:
"...agradeço-lhes pela confiança para me permitirem guiá-los..."
Portanto para não discriminar ninguém decidi misturar ambas as frase anteriores.
Deixo-vos um abraço.
Alex