quarta-feira, 16 de março de 2011
Além do Rio, o que mais?
Posted by Revista Presença Lusitana | quarta-feira, 16 de março de 2011 | Category:
Brasil [1]
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por Mariela Gómez Flores
Nestas datas existem no México e no mundo muitas festas e carnavais mas qual é a origem do carnaval? Vem de uma manifestação popular anterior à era cristã, iniciado no que ágora conhecemos como a Itália como uma festa para Saturno, onde toda a gente sem importar sua posição social misturava-se na praça pública. O período do carnaval era marcado pelo adeus a carne ou “carna vale”, dando origem à palavra, recebeu este nome já que é propriamente a noite anterior à quarta-feira de cinzas e relaciona-se com a ideia de deleite dos prazeres. No entanto na medida em que a igreja católica se consolidava começaram as censuras dos festejos, por isso a igreja determinou que fossem feitos antes da quaresma.
A festa chegou a Portugal entre os séculos XV-XVI chamado Entrudo (introdução a quaresma) mediante brincadeira agressiva e pesada, já que as pessoas faziam esferas de cera com o interior cheio de agua-de-cheiro e atiravam-se à gente, foi esse entrudo violento que chegou ao Brasil. Existiam dois tipos de carnaval: Salão (brancos e mulatos de classe média) e da rua (negros e mulatos pobres). No ano de 1860 começaram a realizar-se bailes de mascarados, festas com músicas valsas, polcas e quadrilhas e disfarces.
Em 1878 a cidade do Salvador contava com os recursos financeiros, poder político e dinheiro, provocado pelo progresso da agricultura e de seus comerciantes, isso deu oportunidade para que em 1884 a cidade organizasse seu primeiro grande carnaval de rua. A festa tinha influência europeia com ideias do carnaval de Veneza. Nesse ano teve início a organização dos festejos das ruas e os desfiles de clubes, corsos e carros alegóricos.
Mas por que falar sobre o carnaval do Salvador e não sobre o do Rio do Janeiro? Precisamente porque quando se fala do Brasil com certeza pensa-se no samba e no carnaval do Rio, já que é o mais conhecido a nível mundial; no entanto existe o carnaval da Bahía ou Salvador, chamado assim porque se realiza na cidade do Salvador (São Salvador da Bahía de Todos os Santos). Este carnaval está registado no livro do Record Guinness como a maior festa da rua do mundo. De facto esta cidade é conhecida como a “capital da alegria” pelos festejos muito populares. Os baianos procuram que seu carnaval não caia na mercantilização, se calhar esta seja uma razão de não ser muito conhecido.
Neste ano o carnaval começa em 3 de março com uma duração de seis dias, onde se manifesta a cultura popular da Bahía, misturado com mais de dois milhões de pessoas, espetáculo teatral e folclore. Dentro do carnaval da Bahía está presente o trio eléctrico que são músicos tocando instrumentos em cima do camiões ou carros equipados com sistemas do som. As canções que tocam estão influênciadas pelos Blocos Afro que são as pessoas que tocam os tambores.
As pessoas da Bahía não somente se preocupam pelo ambiente festivo do carnaval, bailes e trios eléctricos; conjuntamente têm a preocupação por melhorarem as condições sociais e culturais dos bairros mais pobres, mediante a dança e a música.
Em minha opinião, penso que o México atravessa a mesma situação, já que os carnavais que fazem também de divertir, tornam-se uma desculpa para esquecer os problemas sociais, económicos e políticos que dia a dia enfrentam os mexicanos além de que os carnavais são uma festa que atrai muitos turistas nacionais e internacionais onde se pode tirar proveito para o crescimento económico e cultural do país.
Muitas vezes pensa-se nos carnavais como festas que incentivam um comportamento imoral, obsceno e de muita liberdade sexual, se calhar é assim para muitas pessoas, no entanto não há que esquecer que os carnavais estão pensados para manifestar uma identidade cultural, onde a ideia principal é que seja livre, espontâneo e criado pela própria cidade ou povo.
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http://www.carnaval.bahia.com.br/carnaval-na-bahia/circuito
http://www.carnaval.salvador.ba.gov.br
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