quarta-feira, 16 de março de 2011

A literatura Guineense

Posted by Revista Presença Lusitana | quarta-feira, 16 de março de 2011 | Category: |






por Perla Camacho Chirino
 
A literatura é um reflexo da sociedade, mas também é a possibilidade de criar uma realidade alternativa em que vivemos e este novo princípio pode realmente contribuir para a mudança social no mundo. A literatura é captar uma ideia muito fugaz para esta permanecer. A literatura na África é pouca, em primeiro lugar pelos custos associados à impressão e distribuição de livros, por outro lado o problema das línguas tão diversas, nesta parte do mundo que faz com que nem todas as pessoas possam aceder a um bom livro. 
                          
Por isso a África é mais popular na chamada literatura oral e apesar de que as histórias estão a mudar, este tipo de literatura, (composta de estórias) é de maior acesso da população africana.
Na Guiné Bissau a crítica ao abuso do poder e ao sistema político vigente no país, a desilusão face aos ideais revolucionários e libertários traídos e desprezados são tematizadas por muitos escritores guineenses da geração da pós-independência.

Muitos deles fizeram uma denúncia aberta e desapiedada tanto da desmoralização dos governantes como da burguesia africana atuante nos aparelhos do Estado e na economia. Todos esses escritores, através da ficção, muitas vezes lançando mão de uma fina ironia, põem a descoberto a inconsciência e o cinismo das elites detentoras do poder, corrompidas e apenas centradas nos próprios interesses, completamente afastadas do povo e dos ideais que as mobilizaram.

A literatura negro-africana de 1960 em diante é o reflexo do fracasso das independências africanas. Surge uma nova torrente que se preocupa em desvelar as taras e os antagonismos da sociedade africana depois das independências, o que se pode interpretar como a vontade dos escritores de influírem e participarem da construção da nação.

 Um exemplo é Abdulai Sila, iniciador de uma corrente ficcional original,  destaca-se na literatura como o pioneiro do romance guineense. Inaugurou suas atividades de prosador com Eterna paixão (1994), a que se seguiram A última tragédia (1995) e Mistida (1997), todos publicados pela KU SI MON Editora, a primeira editora privada do país.                                                                                   

Nascido em Catió em 1 de abril de 1958, Abdulai Sila é engenheiro eletrotécnico, tendo feito a sua formação em Dresden, na Alemanha, onde viveu por seis anos. A vocação pelas ciências exatas, porém, apenas uma das facetas da personalidade deste homem invulgar. Abdulai Sila faz parte do grupo de jovens dos primeiros momentos da construção do país. Em Bissau, foi um daqueles que constituíram o pequeno núcleo de intelectuais fundadores do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisa, o INEP.

Podemos ver a literatura como na Guiné, como uma oportunidade para reconstruir a redefinição política e social dos guineenses. No entanto, devemos dizer que a literatura guineense é muito jovem e, portanto, com recursos limitados e poucos leitores.
 
No México, embora haja boa literatura de gente como Octavio Paz, José Emilio Pacheco, Rosario Castellanos e outros, o problema centra-se na falta de demanda que tem. Em média, no México, uma pessoa um livro por ano, razão pela qual os editores não dão oportunidade aos novos escritores, o que é um travão ao desenvolvimento literário mexicano.



 


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