quarta-feira, 16 de março de 2011
Dança e canta que Angola não repousa
Posted by Revista Presença Lusitana | quarta-feira, 16 de março de 2011 | Category:
Angola [1]
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por Lourdes González Ambrosio
O continente Africano é considerado o berço da humanidade. O território do actual estado angolano é habitado desde o paleolítico superior. Os seus descendentes foram os primeiros em demostrarem as danças que depois teriam impacto até os nossos dias. Em Angola a dança distingue diversos géneros significativos, formas e contextos, equilibrada com a sua condição de comunicação, religiosa, curativa e ritual na intervenção social.
A presença constante da dança no quotidiano é producto de un contexto cultural de estructuras rítmicas. A dança ao igual do que a música angolana é integrada entre os jovens os quais diferenciam diversos géneros. Uma das mais fortes expressões culturais em Angola é a dança tradicional com instrumentos de percussão, principalmente tambores e marimba que é acompanhada de coros.
A energia é inspirada no folclore de cada região e tem significado social, representa os costumes da comunidade, por exemplo, os Akixe ou bailarinos mascarados, onde o uso da máscara de dança é exclusivamente masculina, evocando o espírito de um antepassado.
As expressões nas coreografias são um ritual xinguilamento entre o mundo real e o sobrenatural, onde os bailarinos ocultam sempre a sua verdadeira identidade com máscaras femininas, as que exaltam as qualidades e beleza das mulheres ou tambén os Bakamas da região da Cabinda os quais se afirmam como protectores da terra e da comunidade cambidensa. Na região do Uíge, existem danças dramáticas as que acompanhan os rituais funerários, a importância na dança dramática é o carnaval angolano, esta representa por meio da sátira, críticas ao regime colonial português.
A revolução deu estilos musicais e na dança surgiram muitas fusões como os movimentos que são concêntricos na sensualidade. Angola é um universo de danças entre os quais podemos encontrar: Cidrália, Dança da Família, Dizanda, Efundula, Kabetula, Kazukuta, Kimuala, Kizomba, Kuduro, Humbi-Puberdade, Massemba ou Rebita, Mukixi, Rebita, Semba (onde tem origem o Samba) e Tarrachinha.
Kazukuta.- É a dança de sapateado lento, os bailarinos apoiam-se sobre um guarda-chuva, cubrindo o rostro com uma máscara que representa alguns animais.
Semba.- É uma dança em passo totalmente longos. Não é ritual nem guerreira, é de divertimento em festas principalmente.
Cidralia.- Dança de marcha lenta representada por indivíduos mascarados de índios e seus trajes são também idênticos aos da variana.
Dizanda e Kabetula.- É a dança carnavalesca da região da Província do Bengo. Os bailarinos trazem saias, chapéus de palha e um abano na mão. A Kebetula é exibida em etapas bastante rápidas seguidas de alguns saltos acrobáticos, os bailarinos apresentam vestidos de cor branca com lenços na cabeça.
Efundula.- É a maior festa das raparigas na puberdade, esta dança evoca uma conhecida pintura pré-histórica, figurando mulheres dançando. É um culto de fertilidade.
A música Angolana é a mais importante manifestação da cultura no país, ao longo dos anos a música angolana influenciou o Brasil e Cuba. A música Angolana foi forjada pela história do país, durante o século XX foi dividida pela inestabilidade política, os seus músicos foram oprimidos pelas forças governamentais.
Os instrumentos musicais angolanos são utilizados para acompanharem as músicas tradicionais, utilizadas também para celebrar rituais como um nascimiento, o atingir da puberdade, um casamento ou actos espirituais. Muitos deles são feitos manualmente, autênticas obras de arte. Os instrumentos obtêm seu som através da vibração, e são divididos em quatro partes principamente: Membrafones, Idiofones, Cordafones e Aerofones.
Membrafones.- São instrumentos de percussão que produzem som através da vibração de membranas distenidas. A altura e a qualidade tímbrica dos sons destes instrumentos depende da elasticidade dos materias utilizados.
Dos membrafones mais representativos são Batuque ou tam-tam, Mukupela, Ngoma e Pwita, todos em Angola e o Pwita no Brasil conhecida também como Cuíca.
Idiofones,- O som é provocado pela vibração do corpo do instrumento, sem a necessidade de nenhuma tensão externa, os timbres dependem da elasticidade de seus materiais ao igual que os membrafones. Existem três tipos: os de percussão, de entre-choque e os sacudidos.
Os idiofones mais figurativos são a Maraca, a Marimba e Kisanji. A Maraca e a Marimba são utilizadas na maioria no Continente Americano, pelos sons das Caraíbas.
Cordafones.- Instrumentos cujo som é obtido através da vibração de uma corda tesada quando é beliscada, percutida ou friccionada. Os Codafones mais utilizados são Hungu, Xihumba e Xicomba. O Hungu foi levado pelos escravos para o Brasil durante a conquista Portuguesa, e tem o nome de Berimbau, que acompanha a Capoeria.
Aerofones.- O som é obtido pela vibração do ar, sem a necessidade de membranas ou cordas e sem que a própia vibração do corpo do instrumento influencie significativamente o som produzido. Neste tópico somente existen dois instrumentos o Olombendo e o Mpungi. O Mpungi é de grande importância já que serve para anunciar as cerimónias fúnebres e na antiguidade foi para anunciar a chegada do novo rei.
A dança e a música são determinantes na integração e presevação da identidade de uma região. Angola hoje destaca-se pelos mais diversos estilos musicais.
É um dos países mais ricos culturalmente falando, suas danças e suas músicas não são somente uma forma de expressão, mas a forma de vida que os habitantes têm e que embora tenham sido invadidos, foram capazes de defender os seus hábitos, costumes e o mais importante sabem de onde é que eles vêm.
Ainda que Angola seja uma das regiões mais atingidas do mundo inteiro, tem o que poucos ou nenhum outro estado, cidade ou país tem: uma enorme riqueza cultural ancestral que não muda as tradições que seguem vivas e são parte de aquele lugar esquecido pela sociedade e a mesma humanidade.
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