segunda-feira, 2 de maio de 2011
Guiné-Bissau: uma história de narcotráfego
Posted by Revista Presença Lusitana | segunda-feira, 2 de maio de 2011 | Category:
Guiné-Bissau [1]
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por Jorge Mtz. Palafox
O que é pior? Um Estado falhido ou um Narco-Estado? (definições que por acaso nós, os mexicanos, temos escutado demais últimamente). Mesmo que pareçam coisas semelhantes, há diferenças sutis que marcam uma da outra. E é pena dizermos, mas uma das nações que tem o português como língua oficial é também um dos países onde o narcotráfego tem sometida à população. Estamos a falar da Guiné-Bissau.
Com problemas políticos e sociais bastante graves desde que nasceu como território independente em 1974 (golpes de Estado, guerras civis, rivalidade étnica, entre outros) a Guiné-Bissau foi tachada em 2007 por observadores internacionais da ONU como “plataforma de recepção e armazenamento da droga vinda da América e com destino a Europa”.
Com um dos maiores índices de pobreza mundial e mais da mitade da sua sociedade analfabeta, resulta curioso e triste que a Guiné-Bissau possa não ter relações comerciais nem diplomáticas com boa parte de América Latina, porém, no seu espaço é possível encontrarmos narcotraficantes colombianos e mexicanos. Um exemplo disto é um homem chamado Carmelo Vázquez Guerra, quem foi detido junto com outras pessoas descarregando de dois aviões 500 Kg de cocaína. O sujeito, vinculado como o Cartel de Sinaloa, ficou em liberdade e ninguém soube mais dele.
E qual poderia ser a solução num lugar onde, por uma parte, a venda da droga representa maior quantidade de dinheiro do que o próprio PIB; e por outra, onde segundo a DEA não existem polícias nem cadeias e o exército corrompido colabora com problema? É desesperantemente difícil para as autoridades este quebracabeça no qual uma peça indiscutível são, aliás, os consumidores europeus.
A escravidão e submissão do homem preto para com o branco se calhar não se acabou, simplesmente mudou como diz Antonio Maria Costa, Diretor Executivo do Escritório das Nações Unidas Contra a Droga e o Crime: “No século XIX, a fome da Europa pelos escravos devastou à Africa. Duzentos anos depois, o seu crescente apetite pela cocaína poderia significar o mesmo”.
Talvez, quem isto leia, possa crer que o problema da Guiné-Bissau fica muito longe, num país pequeno totalmente afastado da nossa realidade. Mas é importante sabermos o que acontece noutros lugares onde se fala português, e lembrarmos que onde seja que estiver outro humano pode haver dor ou felicidade, sentimentos universais que nos mantêm, quer queiramos quer não, unidos. E começarmos a ser cientes do alheio é compreender que há terra além do solo que pisamos.
Maior informação:
http://bit.ly/iIXM93
http://bit.ly/lZw0lp
http://bit.ly/kwTYYh
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