quinta-feira, 30 de setembro de 2010
De Boximanes a Moçambicanos
Posted by Revista Presença Lusitana | quinta-feira, 30 de setembro de 2010 | Category:
LUSOFONIA
|
Presume-se que, a partir do século III, os primeiros povos penetraram no território moçambicano, os quais foram bosquímanos, caçadores e recolectores, através dos vales dos rios que provêm do interior do continente, e vieram introduzir as actividades agrícola e pecuária, e também simultaneamente, a tecnologia da metalurgia do ferro.
Desde o século IX que existe um importante comércio de marfim e talvez de ouro, na região sul da foz do rio Zambeze, onde os árabes criaram posteriormente o porto de Sofala. Os reinados Maravi, entre o Lago Niassa (Malauí) e o rio Zambeze, parecem ter sido uma confederação de pequenas tribos com dinastias hereditárias.
O país já era próspero quando os portugueses chegaram, no final do século XV, e se instalaram no litoral de Moçambique. A sua chegada coincide com o desenvolvimento dos Muenemutapas, os quais proliferaram a partir do planalto do Zimbabwe e chegaram a ocupar um vasto território que se estendia por quase toda a África austral de costa a costa.
A penetração portuguesa em Moçambique, começou no início do século XVI, só em 1885, com a partilha de África pelas potências europeias durante a Conferência de Berlim, transformou-se em uma ocupação militar, com a submissão total dos estados ali existentes, levando no princípio do século XX, a uma verdadeira administração colonial. Depois de uma guerra de libertação, que durou cerca de 10 anos, Moçambique alcançou a sua independência a 25 de Junho de 1975.
Após a independência, com a denominação de República Popular de Moçambique, o país seguiu uma política socialista, que teve que abandonar em 1987, quando foram assinados acordos com o Banco Mundial e o FMI. Esta mudança foi, em parte, resultado da guerra que o país sofreu entre 1976 e 1992. Na sequência do Acordo Geral de Paz, o país assumiu o pluripartidarismo, tendo realizado as primeiras eleições com a participação de vários partidos em 1994.
Actualmente Moçambique é uma república presidencialista, onde o governo é indicado pelo partido político com maioria parlamentar.
A língua oficial é de facto o Português, mas alem disso também se falam outras línguas como o suaíli e o zulu. O país possui cerca de 2800 quilómetros de extensão, banhado pelo Oceano Índico. Possui praias cristalinas e riqueza sub-aquática compostas por variadas espécies de animais, corais e ricos achados arqueológicos, testemunhando cruzamentos culturais. O seu potencial turístico estende-se pelo interior, com florestas e fauna bravia dos trópicos, rios, riachos, lagos e lagoas, aliado a natural simpatia das suas populações.
Com respeito à Cultura, o tecido, tem uma técnica que se chama Batik, a qual projecta o país através dos seus trabalhos. Os ritmos moçambicanos constituem uma das mais importantes manifestações da cultura deste país. A música tradicional tem características banto e também influência árabe, principalmente na zona norte. É normalmente criada para acompanhar cerimónias sociais, principalmente para manifestações de dança.
A música comercial vai beber a inspiração à música tradicional, mas muitas vezes usando ritmos e tecnologias importadas doutras culturas. Um dos tipos de música comercial mais conhecidos é a marrabenta, originária do sul do país, que não é apenas música de dança, mas tem frequentemente uma letra com grande conteúdo social.
A literatura de Moçambicana é geralmente escrita em língua portuguesa e as vezes misturada com expressões moçambicanas. Apesar de se tratar de um tipo de literatura recente, conta já com reconhecidos representantes como José Craveirinha, Paulina Chiziane e Mia Couto, o que lhe permitiu ganhar um espaço relevante na exigente Literatura Lusófona.
Francisco de la Cruz.
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)


Currently have 0 comentários: