quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Rivalidade Ibérica

Posted by Revista Presença Lusitana | quinta-feira, 30 de setembro de 2010 | Category: |

“As grandes coisas não são feitas por impulso, mas através de uma série de pequenas coisas acumuladas.”
( Vincent Van Gogh )
Ambições e rivalidades hegemónicas, não constituem uma coisa nova nem será um tema do qual estejamos distantes: a quem pertence a política do poder, quem tem o domínio, maior força, crescimento económico, quem faz imperar seus próprios interesses sobre a face conhecida da terra e assim poder-se-á saber que tem o papel hegemónico, além este é um tema pelo qual por muitos anos as potências Ibéricas lutaram por terem.

As conquistas e colonizações (derivado de Colombo) foi a tendência que prevaleceu entre os hispanos e os lusos tendo maior hierarquia os portugueses na conquista do mundo. A rivalidade das chamadas Potências Idosas agudizou-se no momento dos novos descobrimentos e conquistas. A luta começou no Atlântico, era um mistério, águas perigosas habitadas por animais deconhecidos pelo homem, nas naus que se aventuravam, realmente façanhas que tinham de ser recompensadas por não serem feitas por qualquer navegante. A rivalidade pela delimitação da zona de ingerência tinha seu motivo de ser, potencializando-se assim até herança colonial da rivalidade luso-castelhana que teria implicações nos seus Estados como o Brasil e a Argentina, problemas de raízes coloniais.

Durante o papado de Alexandre VI (Rodrigo de Borgia) os governos espanhol e português deram passo à delimitação dos seus respectivos espaços marinhos e ultramarinhos na forma de uma Bula Papal VI a 3 de maio de 1493 no qual fixou uma linha reta divisória de ambos os impérios, 100 léguas ao oeste das ilhas dos Açores mas Portugal ficava excluido da América, mas na realidade nesse tempo nem sabiam onde ficava a linha que “atravessava”; o descontentamento português deixou-se sentir pela influência da origem espanhola do Papa. Foi até 7 de Junho de 1494 quando João II pediu aos Reis Católicos a justiça na divisão desta maneira assinou-se o Tratado de Tordesilhas onde por fim Portugal poderia incluir o Império Luso na América, do Pará a Santos.

As pugnas territoriais continuaram e a rivalidade não fugiu pois, simplesmente para que os limites tenham valor e sejam respeitados são fundamentais os acidentes geográficos como rios, montanhas, coisas da natureza, mas o Tratado de Tordesilhas nem Espanha nem Portugal respeitaram, por exemplo as ilhas Filipinas de jurisdição portuguesa foram invadidas pelos espanhóis em 1570, os bandeirantes no Brasil apoderaram-se de regiões hispanas no alto do Rio da Prata; poder-se-ia chamar o tempo de paz “forçada” entre as potências ibéricas de 1580 a 1640 pela causa de ficar unidos baixo a coroa espanhola.

As guerras pelos territórios na América Latina, Espanha versus Portugal, tomaram a forma da Argentina (Rio da Prata) versus o Brasil no século XVII os bandeirantes do sul do Brasil ocuparam terras da região fronteiriça para desafiar os espanhóis fundaram novas colónias em seus territórios agudizando a rivalidade hispano-portuguesa; rivalidade especialmente marcada na colonização do Uruguai antes conhecida como Banda Oriental.

Os instintos da rivalidade hispano-portuguesa deixam-se sentir na actualidade mesmo em Portugal agora na União Europeia, assim também nas antigas colónias dessas potências, no entanto no tema da integração da América do Sul preferem deixar pela paz as diferenças e concentrar esforços no desenvolvimento da região só que há muitas dificuldades e uma delas é a herança colonial.

Dánia Rodríguez González.

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