sexta-feira, 5 de novembro de 2010
Alfama
Posted by Revista Presença Lusitana | sexta-feira, 5 de novembro de 2010 | Category:
TERRA E MAR [4]
|
Alfama é o mais antigo e um dos mais típicos bairros da cidade de Lisboa. Alfama mantem a sua fascinante paisagem de casas pitorescas e ruelas íngremes, onde a população faz da rua a sua sala de estar, convivendo com os visitantes e turistas.
Primeiro comecemos pela história.
Durante o domínio muçulmano, poder-se-ia falar de uma Alfama do Alto, mais aristocrática, situada dentro da Cerca Moura, na parte oriental da actual freguesia da Sé, que comunicaria pela Porta de Alfama ou de São Pedro (na actual rua de São João da Praça) com uma Alfama do Mar, arrabalde popular.
Com o domínio cristão a designação Alfama foi-se alargando mais para leste, dentro dos limites da Cerca Nova ou Cerca Fernandina, passando para lá do Chafariz de Dentro.
Este bairro foi outrora o mais agradável da cidade. As origens do declínio surgiram na Idade Média, quando os residentes ricos se mudaram para o oeste, deixando o bairro para uma população de pescadores e marinheiros, devido à sua proximidade com o mar, e lar de delinquentes.
Algo terrível foi o que aconteceu no ano de 1755 quando a cidade sofreu um terremoto mas os prédios resistiram. Apesar de já não existirem casas mouriscas, o bairro conserva ainda o ambiente, do casbá com as suas ruelas, escadarias e roupa a secar nas janelas. As áreas mais arruinadas estão a ser restauradas e a vida desenvolve-se em volta das pequenas mercearias e tabernas.
O seu nome deriva do árabe al-hamma que significa banhos ou fontes, além disso a razão de ser do nome Alfama é confirmado pela carta geológica do concelho de Lisboa que mostra um grupo de nascentes minero-medicinais associadas a uma falha geológica que corta as camadas do Miocénico. Ao longo da história, estas nascentes foram encanadas para alimentação de chafarizes.
Chafarizes de Alfama: Chafariz de El-Rei , Chafariz de Dentro e Chafariz da Praia (desmontado).
Graças a este conjunto de nascentes com um caudal significativo, Alfama era, antes da construção do Aqueduto das Águas Livres, a zona de Lisboa com menos problemas de falta de água. As águas de Alfama ou Águas Orientais foram introduzidas em 1868 na rede de abastecimento público de Lisboa com a construção no local do antigo Chafariz da Praia de uma cisterna que recolhia a água e de uma estação elevatória movida a vapor que a elevava até ao recém-construído reservatório da Verónica (1862). O Museu do Fado está actualmente instalado sobre a cisterna, a qual pode ser visitada.
Essas águas com temperaturas que nalguns casos se situam acima dos 20°C, e que chegaram mesmo a ser classificadas, em finais do século XIX, como águas minero-medicinais, foram exploradas pelo menos desde o século XVII como banhos públicos ou alcaçarias, que se mantiveram em actividade até as primeiras décadas do século XX.
Bom, deixando a historia atrás, como todo Bairro deve ter algo que o caracteriza e o que faz distinto a Alfama e que tem uma arquitectura dos vestígios das ocupações Romana e Árabe, duas das civilizações mais dominantes no passado de Lisboa. Podem-se olhar de grande maneira nas ruas estreitas,as quais são um resultado da cultura Muçulmana.
Também este bairro se caracteriza pelas vistas que tem. Por nomear uma das mais espectaculares, sobre Alfama têm-se o passeio público formado pelos miradouros das Portas do Sol e de Santa Luzia, por cima e envolvendo Alfama ficam a colina do Castelo de São Jorge, fortaleza e palácio real até ao século XVI, e a colina de São Vicente. Os principais monumentos da zona são a Igreja de Santo Estêvão e a Igreja de São Vicente de Fora.
A nível internacional Alfama tem a fama de ser um bairro muito peculiar. É descrito como se se assemelhasse com uma antiga aldeia na qual as pessoas se conhecem umas às outras e se cumprimentam diariamente. Além de seus restaurantes e casas de fado, assim como pelos festejos dos Santos Populares, em especial na noite de Santo António, de 12 para 13 de Junho.
Outra característica que tem, é que neste lugar os sons e os odores da Lisboa antiga se deixam perceber já que entre as estreitas e sinuosas ruas, se encontram distintos restaurantes os quais conservam o estilo das antigas tabernas e oferecem um conjunto de pratos tradicionais portugueses a escolher (pasteis de bacalhau, peixinhos da horta, pataniscas, salada de polvo, etc.) que, acompanhados de um bom vinho tinto, serve de ponte para provar as excelentes sobremesas caseiras.
Actualmente, abrange as freguesias de São Miguel, Santo Estêvão e São Vicente de Fora.
Primeiro comecemos pela história.
Durante o domínio muçulmano, poder-se-ia falar de uma Alfama do Alto, mais aristocrática, situada dentro da Cerca Moura, na parte oriental da actual freguesia da Sé, que comunicaria pela Porta de Alfama ou de São Pedro (na actual rua de São João da Praça) com uma Alfama do Mar, arrabalde popular.Com o domínio cristão a designação Alfama foi-se alargando mais para leste, dentro dos limites da Cerca Nova ou Cerca Fernandina, passando para lá do Chafariz de Dentro.
Este bairro foi outrora o mais agradável da cidade. As origens do declínio surgiram na Idade Média, quando os residentes ricos se mudaram para o oeste, deixando o bairro para uma população de pescadores e marinheiros, devido à sua proximidade com o mar, e lar de delinquentes.
Algo terrível foi o que aconteceu no ano de 1755 quando a cidade sofreu um terremoto mas os prédios resistiram. Apesar de já não existirem casas mouriscas, o bairro conserva ainda o ambiente, do casbá com as suas ruelas, escadarias e roupa a secar nas janelas. As áreas mais arruinadas estão a ser restauradas e a vida desenvolve-se em volta das pequenas mercearias e tabernas.
O seu nome deriva do árabe al-hamma que significa banhos ou fontes, além disso a razão de ser do nome Alfama é confirmado pela carta geológica do concelho de Lisboa que mostra um grupo de nascentes minero-medicinais associadas a uma falha geológica que corta as camadas do Miocénico. Ao longo da história, estas nascentes foram encanadas para alimentação de chafarizes.
Chafarizes de Alfama: Chafariz de El-Rei , Chafariz de Dentro e Chafariz da Praia (desmontado).
Graças a este conjunto de nascentes com um caudal significativo, Alfama era, antes da construção do Aqueduto das Águas Livres, a zona de Lisboa com menos problemas de falta de água. As águas de Alfama ou Águas Orientais foram introduzidas em 1868 na rede de abastecimento público de Lisboa com a construção no local do antigo Chafariz da Praia de uma cisterna que recolhia a água e de uma estação elevatória movida a vapor que a elevava até ao recém-construído reservatório da Verónica (1862). O Museu do Fado está actualmente instalado sobre a cisterna, a qual pode ser visitada.
Essas águas com temperaturas que nalguns casos se situam acima dos 20°C, e que chegaram mesmo a ser classificadas, em finais do século XIX, como águas minero-medicinais, foram exploradas pelo menos desde o século XVII como banhos públicos ou alcaçarias, que se mantiveram em actividade até as primeiras décadas do século XX.
Bom, deixando a historia atrás, como todo Bairro deve ter algo que o caracteriza e o que faz distinto a Alfama e que tem uma arquitectura dos vestígios das ocupações Romana e Árabe, duas das civilizações mais dominantes no passado de Lisboa. Podem-se olhar de grande maneira nas ruas estreitas,as quais são um resultado da cultura Muçulmana.
Também este bairro se caracteriza pelas vistas que tem. Por nomear uma das mais espectaculares, sobre Alfama têm-se o passeio público formado pelos miradouros das Portas do Sol e de Santa Luzia, por cima e envolvendo Alfama ficam a colina do Castelo de São Jorge, fortaleza e palácio real até ao século XVI, e a colina de São Vicente. Os principais monumentos da zona são a Igreja de Santo Estêvão e a Igreja de São Vicente de Fora.
A nível internacional Alfama tem a fama de ser um bairro muito peculiar. É descrito como se se assemelhasse com uma antiga aldeia na qual as pessoas se conhecem umas às outras e se cumprimentam diariamente. Além de seus restaurantes e casas de fado, assim como pelos festejos dos Santos Populares, em especial na noite de Santo António, de 12 para 13 de Junho.
Outra característica que tem, é que neste lugar os sons e os odores da Lisboa antiga se deixam perceber já que entre as estreitas e sinuosas ruas, se encontram distintos restaurantes os quais conservam o estilo das antigas tabernas e oferecem um conjunto de pratos tradicionais portugueses a escolher (pasteis de bacalhau, peixinhos da horta, pataniscas, salada de polvo, etc.) que, acompanhados de um bom vinho tinto, serve de ponte para provar as excelentes sobremesas caseiras.
Actualmente, abrange as freguesias de São Miguel, Santo Estêvão e São Vicente de Fora.
Cristian.
Se quiseres conhecer mais, nesta liga poderás ver os melhores lugares de Alfama:
http://amar-alfama.blogspot.com/2008/05/imagens-de-alfama.html
http://amar-alfama.blogspot.com/2008/05/imagens-de-alfama.html
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Currently have 0 comentários: