Neste conto maravilhoso, feito pelo nosso escritor homenageado neste número da revista Presença Lusitana, o autor conta-nos que um dia ele teve a ideia de fazer um livro infantil mas não se julgava capaz de escrever para as crianças. Ele dizia que este tipo de contos tinham que ser criados com palavras simples. Caso ele tivesse as qualidades para fazer uma história para meninos e deixar  a ideia no papel, seria uma coisa extraordinária. Neste texto o escritor deixou a sua própria assinatura, um legítimo Saramago.

Entrando no jogo do autor, ele transformou-se em um personagem da história  e inventou  um menino que faz crescer a maior flor do mundo.

O conto começa assim: José Saramago está em um parque,  vê uma família que vai de passeio. A família consiste em um menino, a mãe e o pai. Eles caminham em um morro onde há uma flor e ao lado uma árvore mas o pai corta a árvore e leva-a para casa. O menino jogando sai de casa e vai para onde estava a árvore com a flor e vê que  esta já quase morreu. O menino cuida-a muito e ela cresce até chegar quase ao céu. Ele fica com sono e dorme, a flor deixa cair uma pétala para cobrir a criança e ele não passar frio.

Isto acontece porque o menino reflecte que o homem utiliza a natureza em benefício próprio.

No conto há uma luta, entre homens e natureza, mas com um pouco de vontade, que é o que o menino fez com os cuidados para uma flor quase morta, podem-se fazer muitas coisas boas e sem repararmos a natureza vai regressar o favor de cuidar-nos, como a flor que tomou conta do menino.
E se as histórias infantis fossem de leitura obrigatória para os adultos?